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Teatro Invisível
Desfiz o veneno e tomei a coragem,
maquiei o segredo e caí na estrada,
dez anos atrás o desejo era o mesmo,
e depois de tanto, o ímpeto intacto.
O sol ainda queima os olhos que buscam,
as cidades alheias às tardes de sábado.
Ganhei a cabeça e apostei no mistério,
criei um arcabouço que coube em meus passos.
Atuei com afinco em semiverdades,
chegando ao limite de tantos quintais.
E só não fui mais por pura bondade.
Estes são os aplausos do meu show:
o jeito que ele segurou a minha mão,
e o perfume que nela ficou.
(Júlio B.)
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